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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Documentário "Onde Darwin Errou?", de Nildo Viana.

 Assista abaixo o documentário "Onde Darwin Errou?", de Nildo Viana:



Documentário "Onde Darwin Errou?", de Nildo Viana. Ficha Técnica: Título: Onde Darwin Errou? Direção: Nildo Viana Duração: 1:15:08 Ano produção: 2020 Estreia: 27 de dezembro de 2020 Produtora: Edições Redelp/Nildo Viana Gênero: Documentário País de Origem: Brasil Sinopse: Darwin é considerado o fundador da “teoria da evolução”, e é tido por muitos como um cientista que mudou o mundo. Para alguns, ele é praticamente “inquestionável” e é idolatrado por muitos. No entanto, a verdadeira história de Darwin e do darwinismo foi ocultada, com raras exceções. O documentário mostra Darwin como ele realmente é, bem como os problemas contidos em suas ideias, perpassadas por racismo, sexismo e etnismo, e intimamente vinculadas aos interesses da classe capitalista. Da mesma forma, mostra os limites e problemas do darwinismo e sua herança posterior. Em síntese, o documentário aponta para uma síntese de diversas críticas ao darwinismo e diversos outros elementos relacionados. Uma produção de Nildo Viana (http://nildoviana.com) e Edições Redelp (http://edicoesredelp.net). Visite o canal da Edições Redelp: https://www.youtube.com/channel/UCW4NQqy73G3-QfNwu4NwpMg 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VÍTIMAS DA FOME E A CONTINUIDADE DO CAPITALISMO

VÍTIMAS DA FOME E A CONTINUIDADE DO CAPITALISMO



O problema fundamental de nossa sociedade é a exploração de classe. A produção mercantil capitalista não significa apenas exploração do proletariado, mas fome, desemprego e miséria para o lumpemproletariado. 



Esquecidas: fome mata 10 mil crianças todo mês no mundo

Estimativas apontam que 128 mil crianças no mundo morrerão de fome nos primeiros 12 meses de pandemia. Crise causada pelo coronavírus tem agravado a situação da fome em várias partes do planeta

Foto: Wikimedia Commons

O Burkina Faso é um país africano limitado a oeste e a norte pelo Mali. O PIB do país é um dos piores do mundo em valores per capita: apenas US$ 1.500 dólares. A agricultura representa 32% do seu Produto Interno Bruto e é a ocupação de cerca de 80% da população economicamente ativa.

Com a pandemia de Covid-19 e a longa espera pela colheita, a fome no país está ainda mais feroz do que a maioria das pessoas já conheceu.

Essa fome já está perseguindo Haboue Solange Boue, uma criança que perdeu metade de seu antigo peso corporal de 2,5 quilos no mês passado. Com os mercados fechados devido às restrições do coronavírus, sua família vendeu menos vegetais. Sua mãe está desnutrida demais para amamentá-la.

“Meu filho”, sussurra Danssanin Lanizou, sufocando as lágrimas enquanto desembrulhava um cobertor para revelar as costelas salientes de seu bebê. O bebê choraminga silenciosamente.

A fome ligada ao vírus está causando a morte de mais 10 mil crianças por mês, em todo o mundo, durante o primeiro ano da pandemia, de acordo com um apelo urgente das Nações Unidas compartilhado com a The Associated Press antes de sua publicação no jornal médico Lancet.

Mais de 550 mil crianças adicionais a cada mês estão sendo atingidas por uma desnutrição que se manifesta em membros magros e barrigas distendidas. Em um ano, isso representa um aumento de 6,7 milhões em relação ao total de 47 milhões do ano passado. O desgaste e o retardo de crescimento podem causar danos físicos e mentais permanentes às crianças, transformando tragédias individuais em uma catástrofe geracional.

Em Burkina Faso, por exemplo, uma em cada cinco crianças sofre de desnutrição crônica. Os preços dos alimentos dispararam e 12 milhões dos 20 milhões de residentes do país não têm o suficiente para comer.

Da América Latina ao Sul da Ásia e à África Subsaariana, mais famílias do que nunca estão diante de um futuro sem comida suficiente. A análise revelou que cerca de 128 mil crianças morrerão nos primeiros 12 meses do vírus.

Fome na América do Sul

Crianças de países da América do Sul também sofrem com a fome. No Brasil, metade das crianças de até 5 anos moram em lares com restrição de comida. E 10,3 milhões de brasileiros passam fome.

“Os pais das crianças estão desempregados”, disse Annelise Mirabal, que trabalha com uma fundação que ajuda crianças desnutridas em Maracaibo, a cidade da Venezuela até agora mais atingida pela pandemia. “Como eles vão alimentar seus filhos?”

Muitos são filhos de imigrantes que estão fazendo a viagem de volta à Venezuela vindos do Peru, Equador ou Colômbia, onde suas famílias ficaram desempregadas e impossibilitadas de comprar alimentos durante a pandemia. Outros são filhos de migrantes que ainda estão no exterior e não puderam enviar dinheiro para comprar mais comida.

“Todos os dias recebemos uma criança desnutrida”, disse o Dr. Francisco Nieto, que trabalha em um hospital na fronteira com o estado de Táchira. Ele acrescentou que eles se parecem “com crianças que não vemos há muito tempo na Venezuela”, aludindo àqueles que passam fome em partes da África.

Fome no Afeganistão e Iêmen

O Afeganistão está agora em uma zona vermelha de fome, com desnutrição infantil severa passando de 690 mil em janeiro para 780 mil – um aumento de 13%, de acordo com o UNICEF. Os preços dos alimentos subiram mais de 15% e um estudo recente da Universidade Johns Hopkins indicou que mais 13 mil afegãos com menos de 5 anos podem morrer.

Quatro em cada dez crianças afegãs já sofrem de nanismo. O nanismo acontece quando as famílias vivem com uma dieta barata de grãos ou batatas, com cadeias de suprimentos em desordem e dinheiro escasso.

No Iêmen, as restrições ao movimento também bloquearam a distribuição de ajuda, juntamente com a paralisação de salários e aumentos de preços. O país mais pobre do mundo árabe está sofrendo ainda mais com uma queda nas remessas e uma grande queda no financiamento de agências humanitárias.

O Iêmen está agora à beira da fome, de acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado da Fome, que usa pesquisas, dados de satélite e mapeamento do clima para localizar os locais mais necessitados. Um relatório do UNICEF previa que o número de crianças desnutridas poderia chegar a 2,4 milhões até o final do ano, um aumento de 20%.

Dias depois de o bebê de 7 meses Issa Ibrahim deixar um centro médico no empobrecido distrito de Hajjah ao norte, ele sucumbiu a uma desnutrição aguda grave. Sua mãe encontrou o corpo em 7 de julho, sem vida e com frio.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

"Linchamento social", Autoctonismo e Mercado de ideias

 

O CANCELAMENTO DA ANTROPÓLOGA BRANCA E A PAUTA IDENTITÁRIA

 

Ataques a Lilia Schwarcz refletem disputa pelo 'mercado epistêmico' da questão racial, diz professor

 

Wilson Gomes

 

Professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, é autor de "Transformações da Política na Era da Comunicação de Massa" (Paulus), entre outros livros.

 

[RESUMO] Autor discute os termos do cancelamento da antropóloga Lilia Schwarcz nas redes sociais na última semana, depois da publicação na Folha de artigo crítico ao novo álbum visual de Beyoncé. Em sua avaliação, o episódio revela disputas acirradas entre militantes identitários que, por meio de práticas autoritárias e ofensivas, tentam se firmar como os únicos debatedores legítimos de temas raciais.

 

Aconteceu nestes dias o cancelamento ou linchamento digital nº 4.984.959.569, realizado por defensores de pautas identitárias, desta vez identitários negros. Cancelamentos e linchamentos são hoje das ações mais banais das estratégias dos identitários, sejam esses de esquerda ou de direita, principalmente depois que grande parte das nossas vidas passou a transcorrer em direta relação com ambientes digitais.

 

Nesses ambientes é que se consegue facilmente mobilizar enorme montante de pessoas, insuflar em grandes massas um estado de indignação moral ou furor ético e, enfim, colocar alvos em pessoas, instituições e atos na direção dos quais toda a fúria deve ser dirigida.

 

Para o linchamento e o cancelamento digitais se requer, antes de tudo, uma multidão unida por algum sentido de pertencimento recíproco, motivado pela percepção de que todos estão identificados entre si por algum aspecto essencial da sua própria persona social. Um recorte comum, por meio do qual são separados e antagonizados, de um lado, o “nós”, de dentro do círculo, e, de outro, “eles”, os de fora.

 

Em geral, o ponto de corte formará grupos de referências ou comunidades baseadas em etnias, cor, gênero, orientação sexual e origem geográfica ou até mesmo em posições políticas. Desde que estas últimas possam naturalmente ser vistas como alguma coisa que constitui essencialmente um conjunto de pessoas, como é o caso da nova extrema direita.

Em segundo lugar, há que haver uma motivação moral. Linchar ou cancelar não é como inventar fake news ou disseminar teoria da conspiração, seus parentes mais próximos na família dos comportamentos antidemocráticos digitais, que podem ser realizados amoralmente, isto é, sem que valores estejam em questão.

 

O grupo que faz um linchamento digital, por sua vez, parte da premissa de que, pelo menos naquele ato especificamente, é moralmente superior a quem está sendo justiçado. A comunidade de linchadores se sente justificada porque um dos seus patrulheiros, em seu turno de guarda das fronteiras da identidade, constatou um erro, um pecado, uma violação de alguma das suas crenças por parte de algo ou alguém.

 

Cabe ao patrulheiro tocar a corneta e chamar às armas os vigilantes da identidade para que a punição seja aplicada e o valor pecaminosamente violado seja restaurado e reafirmado.

 

O cancelamento pode se seguir a linchamentos, só que o primeiro é reservado a poucos. Todo mundo pode ser um dia linchado digitalmente, mas só pessoas com visibilidade e importância social e, o que é mais importante, que pareciam vinculadas a ou simpatizantes da pauta identitária, é que podem ser canceladas. O cancelamento envolve ruptura e luto, uma vez que o cancelado tem que ter representado alguma coisa para quem o cancela, mas o sentido de ultraje moral e a fúria linchadora é mesma.

 

 

Desgostoso, li nesses dias os textos do cancelamento/linchamento de Lilia Schwarcz pelos identitários negros. Os termos dos decretos de cancelamento são repugnantes para o meu paladar liberal-democrático, uma vez que, na grande maioria dos casos, são autoritários, ofensivos, humilhantes e, vejam só, frequentemente racistas.

 

Se, pelo menos, ainda fosse justa a indignação, por ter a Lilia publicado um texto racista ou ofensivo, ainda assim ficaria envergonhado pelos termos do cancelamento, mas compreenderia. O pior de tudo é que não, não há nada de errado com o artigo usado como desculpa para linchar. Divergir do que os outros dizem é normal e esperável, ainda mais quando se trata de artistas endeusados por fãs e pessoas identificadas com eles, mas o que veio depois disso foi violência.

 

Li ou vi uma centena de vídeos, posts e comentários para entender os “termos do cancelamento”, e vamos ser francos de uma vez por todas: não se trata aqui meramente de uma luta por superioridade moral, como costumava ser em casos como esse, mas simplesmente de uma disputa pelo "mercado epistêmico" dos temas da questão racial.

Uma luta concorrencial entre certos negros que pretendem o monopólio exclusivo e os concorrentes não negros que falam e discutem os temas por serem especialistas neles ou simplesmente porque se interessam pelo assunto e que precisam ser retirados do mercado.

 

Notem duas coisas a este ponto do argumento. Primeiro, os que podem reivindicar o monopólio dos temas não são todos os negros em geral, mas apenas o que pretendem ter os certificados de autênticos representantes e vozes autorizadas. Outros negros que não se atrevam a negar-lhes o direito de falar em seu nome, pois arriscarão a ser, eles próprios, excluídos, como se arrisca, mais uma vez, este escriba.

 

 

Em segundo lugar, todos os outros títulos e predicados que antes autorizavam as pessoas a falar sobre "temas negros" —formação acadêmica, interesse cultual, empatia etc.— foram unilateralmente cancelados. Que este caso sirva de exemplo a todos: só negros autorizados™ podem dizer qualquer coisa sobre qualquer negro (mesmo porque são todos partes de um mesmo monólito) e seus problemas.

 

Claro, isso não pode ser apresentado em termos mercadológicos, mas sempre em jargão moral: “uma mulher branca dizer o que uma artista negra deve fazer é ofensivo”, por exemplo. Resta saber se, em vez de Beyoncé o criticado fosse Justin Bieber, por exemplo, o que poderia ser feito dessa sentença.

 

É curioso como só nos damos conta desta luta pelo monopólio epistêmico quando há essas escaramuças que vemos nos cancelamentos, linchamentos e assédio digitais. Uma blitzkrieg eficiente sempre rearranja o campo. Para os atacantes, são chances de melhor se posicionarem no mercado epistêmico: quem mais lacrar e mais humilhar mais acumula capital. Naturalmente, quem já está bem posicionado no campo acumulará ainda mais prestígio e distinção.

 

O padrão, que já vimos repetidos milhares de vezes, é sempre o mesmo. Um patrulheiro dá o alarme após detectar aquilo que, na sua sensibilidade identitária, é uma violação das suas crenças. Em seguida, se já não tiver sido o caso, uma voz autorizada™ acionará a sua rede, composta por pessoas que compartilham dogmaticamente as suas crenças, para a denúncia do comportamento inadequado, para a exposição do infrator ou para envergonhá-lo publicamente.

 

E como, na dinâmica dos ambientes digitais, uma rede inevitavelmente toca a outra, em pouquíssimo tempo toda a ecologia midiática da comunidade identitária, composta por vozes autorizadas, mas também por pretendentes a influenciadores digitais e abelhinhas de combate, estarão atacando em enxame para fazer desse caso um exemplo para intimidar futuros infratores.

 

Reafirmados os valores tribais, seguem a vida, a vigilância, as patrulhas, o alarme e novos ataques. Foi só mais um honesto dia de trabalho da polícia identitária.

 

E ai dos atacados, que são vítimas, mas nem isso podem alegar, uma vez que no linchamento identitário são justamente "as vítimas ontológicas", portanto, imunes às circunstâncias, os que lhes arrancam pedaços da reputação, eventualmente empregos e vida, enquanto choram pela opressão estrutural.

 

É luta por acúmulo de autoridade em termos de raça e de etnia. Um capital que depois vai render no mercado de palestras, livros, produtos culturais, posições acadêmicas, convites internacionais, empregos na mídia, cargos públicos e autoridade tribal.

 

O mercado epistêmico é um mercado como qualquer outro, claro, mas não pode aparecer assim e precisa se camuflar como disputa moral pela superioridade no horizonte dos valores. E há os crentes e simpatizantes que juram que há apenas questões morais em jogo.

 

O que me assusta, em todos esses ataques, é a enorme complacência e cumplicidade da esquerda na tentativa de tornar nobre aquilo que, no fundo, é um discurso e um comportamento de um tremendo autoritarismo. O que li nos termos do cancelamento foram coisas como “cala a boca”, “racista”, “se eu fosse você estaria com vergonha agora”, “a antropóloga branca não sabe o seu lugar”. É um filofascismo sem oposição dos antifascistas, porque os antifascistas são cúmplices. Lamentavelmente.

 

A própria Lilia Schwarcz publica um mea-culpa em que aceita, empática, uma por uma as premissas dos que a atacam e que estão lutando por monopólio no mercado epistêmico. Não as examina, não as discute, nada. Renuncia docilmente ao exame racional das alegações e aceita dogmaticamente que quem a ataca tem razão.

 

Mas, vamos ao que deveria ser essencial. É Lilia Schwarcz racista? Não me parece possível. O seu texto é racista? Nada nele dá a entender isso. Por que, então, aceitar as acusações de racista e as descomposturas em que se lhe acusam de ter exorbitado por ter falado sobre o que está proibida de falar simplesmente por não ser da raça ou da cor que reivindica o monopólio do tema?

 

Ora, é muito simples. Porque Lilia Schwarcz é de esquerda —ou progressista ou liberal, vocês escolhem. Na estrutura mental, sentimental e política de um progressista, ela não pode desafiar o dogmatismo, o autoritarismo, o dedo na cara e a interdição quando vêm dos “oprimidos”. Tem que aceitar, pedir desculpa, jurar que não fará de novo.

 

A esquerda pede desculpas aos linchadores-oprimidos até quando sabe que não está errada. “Não desista ainda de mim, posso melhorar”, suplica o progressista. E, em todo caso, torna-se o cúmplice que retroalimenta a fera.

 

Não se iludam: tem muita gente na esquerda que acha que linchamentos, cancelamentos, assédio e assassinatos de reputações só são feios quando praticados pela direita. Pelos identitários, é justiça.

 

Claro, os identitários negros radicais não são bestas. Não cancelam nem lincham os racistas, a direita conservadora. Sabem que os seus ataques seriam inúteis contra um Sérgio Camargo, que ocupa as cotas da direita identitária no governo Bolsonaro e está ali só para que o bolsonarismo tenha uma prova de que não é racista, mas cujo único objetivo na administração púbica parece ser provocar diuturnamente os identitários negros —e todos os outros negros, de sobra.

 

Ou um Olavo de Carvalho, um Weintraub, ou mesmo um dos “garotos” do presidente, que vivem de provocá-los só para ver se vem algum ataque orquestrado dos enxames identitários de esquerda, uma vez que isso lhes daria Ibope, currículo e distinção no bolsonarismo. Que, diga-se de passagem, é estruturalmente um identitarismo de direita, que se alimenta justamente do ressentimento criado pelos identitários de esquerda.

Afinal, Bolsonaro passou a vida agitando panos vermelhos para atiçar a fúria dos identitários de esquerda e capitalizar com isso, com o sucesso eleitoral que todos conhecemos.

 

Os identitários de esquerda, portanto, atacam justamente onde podem machucar, ou seja, só arremetem contra pessoas de esquerda ou pessoas com empatia. Afinal, ninguém pode difamar uma outra pessoa se o alvo justamente desejar a "fama" que se quer imputar-lhe.

Sérgio Camargo acorda todo santo dia para tentar preencher as cotas de insultos de “racista” e “capitão do mato” que os identitários de esquerda vão preencher, inocuamente. Depois vai "printar" e colocar na parede.

 

Já Lilia... bem, Lilia vai pedir desculpas e dizer que aprendeu a lição. Afinal, passou a vida lutando contra o racismo, ensinando contra o racismo, publicando contra o racismo. Nela deve doer ser acusada de racista e, pior, usurpadora do lugar de falar, uma pessoa sem noção que acha que pode compartilhar uma episteme que doravante é monopólio dos negros. Triste isso.

 

sexta-feira, 20 de março de 2020

Coronavírus COVID-19: uma pandemia falsa (FAKE)?


O texto abaixo, do prof. Michel Chossodosky lança questões sobre a pandemia do Coronavírus. O blog Mutatis Mudandis não concorda com todo o conteúdo do artigo, que, no entanto, precisa ser considerado e gerar reflexões sobre o que ocorre, pois as informações, pelo que apuramos, são verdadeiras (o que é distinto de sua interpretação). O Mutatis Mutandis também discorda das "hipóteses (falsamente chamadas de "teorias") da conspiração", e o artigo pode ser confundido com uma dessas hipóteses. No final do texto apresentamos as referências do prof. Chossodosky que mostram essa impressão ser falsa. A publicação do texto em idioma português é devido ao fato de que é necessário a reflexão sobre o Coronavírus e sobre os interesses capitalistas por detrás do capital comunicacional, capital farmacêutico, governos capitalistas das grandes potências imperialistas, etc. Quando o lumpem-intelectual Olavo de Carvalho relacionou o Coronavírus com Bill Gates, ele omitiu suas fontes (aliás, como geralmente omite suas fontes que, paradoxalmente, são "esquerdistas", tal como seu ataque ao capital cinematográfico de Hollywood, denunciada por Nancy Fraser e outros intelectuais progressistas ou revolucionários). Assim, nem todo que o lumpem-intelectual diz é falso, mas quando não é falso, é deturpado por sua interpretação e simplificação grosseira. A leitura do texto abaixo, e da análise da linha do tempo até o dia 16 de março, é importante para uma reflexão crítica sobre o Coronavírus e seu significado, ao lado dos demais textos que Mutatis Mutandis vem publicando.

Coronavírus COVID-19: uma pandemia falsa? Quem está por trás disso? Desestabilização Econômica, Social e Geopolítica Global
Michel Chossudosky
(Autor de “A Globalização da Pobreza”)
A campanha publicitária e desinformação da mídia sobre a disseminação do novo coronavírus COVID-19 criou uma atmosfera mundial de medo e incerteza após o lançamento de uma emergência de saúde pública global pela OMS em 30 de janeiro. 

A campanha do medo está em andamento. Pânico e incerteza. Os governos nacionais e a OMS estão enganando o público.
"Cerca de 84.000 pessoas em pelo menos 56 países foram infectadas e cerca de 2.900 morreram", diz o New York Times. O que eles não mencionam é que 98% desses casos de infecção estão na China Continental. Existem menos de 5000 casos confirmados fora da China. (OMS, 28 de fevereiro de 2020)
Embora o COVID-19 seja um problema de saúde pública, no momento, não existe uma pandemia real fora da China continental. Veja as figuras.

No momento da redação deste artigo, o número de "casos confirmados" nos EUA era de 64.

Um número baixo e a mídia está espalhando pânico.
Enquanto isso, existem  15 milhões de casos de gripe nos EUA.



A mais recente vigilância do FluView dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA relata que, em 18 de janeiro de 2020, houve 15 milhões de casos de gripe, 140.000 hospitalizações e 8200 mortes nos EUA nesta temporada de influenza. 

Dados sobre a pandemia de COVID-19: 


A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou em 28 de fevereiro de 2020 83.652 casos confirmados de COV-19, dos quais 78.961 na China Continental. Fora da China, existem 4691 "casos confirmados" (OMS, 28 de fevereiro de 2020, ver tabela à direita).
A OMS também registrou 2.791 mortes,  das quais apenas 67 ocorreram fora da China continental.

Esses números confirmam que a pandemia é amplamente limitada à China continental.
Além disso, dados recentes sugerem que a epidemia na China está firmemente sob controle. Em 21 de fevereiro de 2020, a Comissão Nacional de Saúde da China informou que 36.157 pacientes foram designados como curados e receberam alta do hospital (veja o gráfico abaixo).
Relatórios chineses confirmam que as pessoas receberam tratamento e estão se recuperando da infecção pelo vírus. Simultaneamente, o número de pacientes infectados está diminuindo.
De acordo com a Administração Nacional de Produtos Médicos da China, os hospitais estão usando o Favilavir, um medicamento antiviral, "como um tratamento para o coronavírus com efeitos colaterais mínimos".


Permite analisar os números  

A população mundial é da ordem de 7,8 bilhões.
A população da China é da ordem de 1,4 bilhões.
A população mundial menos a China é da ordem de 6,4 bilhões.
4691 casos confirmados e 67 mortes relatadas (fora da China) de uma população de 6,4 bilhões não constituem uma pandemia. 4691 / 6,4oo, ooo, ooo = 0,00000073 = 0,000073%

64 casos nos EUA, com uma população de aproximadamente 330 milhões, não são uma pandemia. (Dados de 28 de fevereiro): 64 / 330.000.000 = 0,00000019 = 0,000019%

Por que a propaganda? Racismo contra chineses étnicos

Uma campanha contra a China foi lançada, uma onda de sentimentos racistas contra a etnia chinesa continua em grande parte liderada pela mídia ocidental.
The Economist relata que "o coronavírus espalha o racismo contra - e entre - os étnicos chineses".

O medo da covid-19 faz as pessoas se comportarem mal, incluindo alguns chineses
“A comunidade chinesa da Grã-Bretanha enfrenta racismo por causa de um surto de coronavírus”, de acordo com o SCMP

“As comunidades chinesas no exterior estão cada vez mais enfrentando abuso e discriminação racistas em meio ao surto de coronavírus. Alguns chineses étnicos que vivem no Reino Unido dizem ter experimentado uma hostilidade crescente por causa do vírus mortal que se originou na China. ”

E esse fenômeno está acontecendo em todo o país.
Guerra econômica contra a China

As estratégias dos EUA consistem no uso do COVID-19 para isolar a China, apesar de a economia dos EUA depender fortemente das importações chinesas.
A ruptura de curto prazo da economia chinesa é em grande parte atribuída ao fechamento (temporário) dos canais de comércio e transporte.
A emergência de saúde pública global da OMS está associada à desinformação da mídia e ao congelamento das viagens aéreas para a China.


Pânico em Wall Street 

Liderados pela desinformação da mídia, há outra dimensão. Pânico nas bolsas de valores. 

O medo do Coronavírus provocou a queda dos mercados financeiros em todo o mundo.



Segundo relatos, cerca de US $ 6 trilhões foram varridos do valor das bolsas de valores em todo o mundo. O declínio nos valores do mercado de ações até agora é da ordem de "15% ou mais".
Ocorreram perdas maciças de poupança pessoal (por exemplo, da média de americanos), sem mencionar falhas corporativas e falências.
É uma vantagem para especuladores institucionais, incluindo fundos de hedge corporativos. A crise financeira levou a transferências consideráveis ​​de riqueza monetária nos bolsos de um punhado de instituições financeiras.
Em uma ironia amarga, analistas em coro ligaram casualmente o colapso do mercado à escalada do coronavírus em um momento em que havia menos de 64 casos confirmados nos EUA.
Não é de surpreender que o mercado tenha caído porque… o vírus ficou tão expandido. ...
Era possível "prever" o crash financeiro de fevereiro?  

Seria ingênuo acreditar que a crise financeira foi apenas a consequência de forças espontâneas do mercado, respondendo ao surto de COVID-19. O mercado foi cuidadosamente manipulado por poderosos atores que utilizam instrumentos especulativos no mercado de derivativos, incluindo “venda a descoberto”. A desinformação da mídia sobre a “escalada da pandemia do COVID-19 certamente teve um papel.
O objetivo tácito é a concentração da riqueza. Foi uma bonança financeira para aqueles que tinham “informações privilegiadas” ou “conhecimento prévio” que levaram à decisão da OMS de declarar uma emergência pública mundial em 30 de janeiro.
Houve presciência da pandemia de COVID-19 (nCoV-2019)? E de seus prováveis ​​impactos?



Em 18 de outubro de 2019, o Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore  realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma epidemia de coronavírus chamada nCoV-2019.

No Evento 201 Simulação de uma pandemia de coronavírus, um colapso de 15% dos mercados financeiros foi “simulado”. Não foi "previsto" de acordo com os organizadores e patrocinadores do evento, que incluiu a Fundação Bill e Melinda Gates, bem como o Fórum Econômico Mundial.



Screenshot, 201 Um exercício de pandemia global

A simulação realizada em outubro, intitulada nCoV-2019, foi realizada apenas 2 meses antes do surto de COVID-19.

O Exercício Pandêmico de John Hopkins simulou um declínio no mercado de ações de   "15% ou mais" (seção de vídeo 0.0 - 1'2 "), que corresponde em grande parte ao declínio real do mercado registrado no final de fevereiro de 2020.

(Veja o vídeo abaixo):

De fato, muitas características do “exercício de simulação” correspondem ao que realmente aconteceu quando o Diretor Geral da OMS lançou uma emergência global de saúde pública em 30 de janeiro de 2020.
O que deve ser entendido é que os patrocinadores do “exercício de simulação” de John Hopkins são atores poderosos e conhecedores, respectivamente, nas áreas de “Saúde Global” (Fundação Bill e Melinda Gates) e “Economia Global” (WEF).
Também é importante notar que a OMS adotou inicialmente um acrônimo semelhante (para designar o coronavírus) ao do Exercício Pandêmico de John Hopkins (nCoV-2019) antes de ser alterado para COVID-19. 

Corrupção e o papel da OMS

E o que motivou o diretor-geral da OMS, Dr.  Tedros Adhanom Ghebreyesus,  a declarar o coronavírus nCoV-2019  como uma “Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC)” em 30 de janeiro, quando a epidemia foi amplamente confinada à China Continental? 

As evidências sugerem que o diretor-geral da OMS Tedros estava atendendo aos interesses de poderosos patrocinadores corporativos.
Segundo F. William Engdahl, Tedros estabeleceu um relacionamento duradouro com os Clintons e a Fundação Clinton. Ele tinha laços estreitos com a  Fundação Bill e Melinda Gates.

Juntamente com o Fórum Econômico Mundial de Davos (WEF), a Gates Foundation foi a patrocinadora do “exercício de simulação” nCoV-2019 de John Hopkins 2019 em outubro. 

Como ministro da saúde, Tedros também presidiria o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, que foi cofundado pela Fundação Gates. O Fundo Global está cheio de escândalos de fraude e corrupção.
“Durante a campanha de três anos de Tedros para ganhar o posto da OMS, ele foi acusado de ter encoberto três grandes epidemias de cólera enquanto ministro da Saúde na Etiópia, classificando incorretamente os casos como “diarréia aquosa aguda” (AWD) - um sintoma da cólera - em um tentativa de minimizar o significado das epidemias, acusações que ele negou”(Engdahl, op. cit.).

Uma campanha massiva de vacinas foi ordenada pelo Diretor Geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus. Várias empresas farmacêuticas já estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina.

Nesse sentido, vale lembrar o golpe da OMS durante o mandato de sua antecessora, Dra. Margaret Chan, que declarou em relação à Pandemia de Gripe Suína H1N1 de 2009 que:

“Os fabricantes de vacinas podem produzir 4,9 bilhões de vacinas contra a pandemia por ano  no melhor cenário”, Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) , citada pela Reuters, em 21 de julho de 2009, ênfase adicionada).



Não houve pandemia de H1N1 em 2009. Foi um golpe de ganhar dinheiro, conforme revelado pelo Parlamento Europeu.
Qual é a próxima fase da pandemia de COVID-19? É falso ou é real?

§  A campanha de propaganda contra a China ainda não acabou.
§  Tampouco a “pandemia do medo” fora da China, apesar do número extremamente baixo de “casos confirmados”.
§  A crise financeira está em andamento, apoiada pela desinformação da mídia e pela intromissão financeira.
§  Se as relações comerciais normais entre EUA e China (e transporte) não forem devidamente restauradas, o envio de bens de consumo "Made in China" exportados para a América poderá ser afetado.
§  Por sua vez, isso poderia potencialmente desencadear uma grande crise no comércio varejista nos EUA, ou seja, as mercadorias "Made in China" constituem uma grande parcela do consumo mensal das famílias.
§  Do ponto de vista da saúde pública, existem perspectivas favoráveis ​​para a eliminação do COVID-19 na China. O progresso já foi relatado.
§  Para o resto do mundo (que atualmente possui aproximadamente 3000 casos confirmados em 28 de fevereiro de 2020), a pandemia do COVID-19 está em andamento, juntamente com propaganda em favor de um programa mundial de vacinação.
§  Sem uma campanha de medo combinada com notícias falsas, a incidência do COVID-19 não teria chegado às manchetes.
§  Do ponto de vista médico/de saúde, é necessária uma vacinação mundial?
§  43,3% dos “casos confirmados” na China agora são classificados como “recuperados” (veja o gráfico acima). Os relatórios ocidentais não fazem distinção entre "casos confirmados" e "casos infectados confirmados". É o último que é relevante. A tendência é de recuperação e declínio dos "casos infectados confirmados".

A campanha massiva de vacinação da OMS (mencionada acima) foi devidamente confirmada pelo Diretor Geral Dr.  Tedros Adhanom Ghebreyesus  em 28 de fevereiro: 

“... o trabalho também está progredindo em vacinas e terapêuticas. Mais de 20 vacinas estão em desenvolvimento em todo o mundo e várias terapêuticas estão em ensaios clínicos. Esperamos os primeiros resultados em algumas semanas”(grifo nosso).

Escusado será dizer que esta decisão da OMS é mais um ganho financeiro para os cinco grandes produtores de vacinas: GlaxoSmithKline, Novartis, Merck & Co., Sanofi, Pfizer, que controlam 85% do mercado de vacinas. De acordo com a CNBC  (ênfase adicionada).

Essas empresas entraram na corrida para combater o coronavírus mortal , trabalhando em programas de vacinas ou medicamentos. … A   Sanofi está se unindo ao governo dos EUA para desenvolver uma vacina para o novo vírus, esperando que seu trabalho no surto de SARS de 2003 possa acelerar o processo. O negócio de vacinas da Merck gerou US $ 8,4 bilhões em receitas em 2019, o segmento tem crescido a uma taxa anual de 9% desde 2010, segundo Bernstein. 

A GlaxoSmithKline disse neste mês que está fazendo parceria com a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) para um programa de vacinas. … O CEPI foi fundado no Fórum Econômico Mundial (WEF) em 2017.
De importância, o CEPI foi fundado em Davos em 2017 pela Fundação Bill e Melinda Gates, pelo Wellcome Trust (Uma Fundação Humanitária Multibilionária Britânica) e pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). Os governos da Noruega e da Índia são membros, em grande parte fornecendo financiamento ao CEPI.
Linha do tempo

18 de outubro de 2019: A Fundação B. e M. Gates e o WEF foram parceiros do John Hopkins National Security em outubro de 2019 - Exercício de simulação nCoV-2019 pandêmico.

31 de dezembro de 2019: A China alertou a OMS para vários casos de "pneumonia incomum" em Wuhan, província de Hubei.

07 janeiro2020: As autoridades chinesas anunciaram que tinham identificado um novo vírus. O novo vírus foi nomeado pela OMS 2019-nCoV (exatamente o mesmo nome que o vírus pertencente ao exercício de simulação John Hopkins, com a excepção da colocação da data).

24 de janeiro de 25, 2020: Reunião em Davos, sob os auspícios do CEPI, que também é uma parceria WEF-Gates, foi anunciado o desenvolvimento de uma vacina nCoV de 2019 (2 semanas após o anúncio de 7 de janeiro de 2020 e apenas uma semana antes do lançamento da emergência mundial de saúde pública da OMS).

30 de janeiro de 2020 , o Diretor Geral da OMS anuncia a “Emergência em Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC).

E agora foi lançada uma campanha mundial de vacinação para coibir o COVID-19 sob os auspícios do CEPI em parceria com a GlaxoSmithKline. 


Observações finais

Embora o COVID-19 (também conhecido como nCoV-2019) constitua uma bonança corporativa de vários bilhões de dólares para a Big Pharma, também contribuiu para precipitar a humanidade em um processo global perigoso e em desenvolvimento de desestabilização econômica, social e geopolítica.
A fonte original deste artigo é Pesquisa Global

Michel Chossudovsky é um autor premiado, professor de economia (emérito) da Universidade de Ottawa, fundador e diretor do Centro de Pesquisa sobre Globalização (CRG), Montreal, editor de pesquisa global. Lecionou como professor visitante na Europa Ocidental, Sudeste Asiático, Pacífico e América Latina. Ele atuou como consultor econômico de governos de países em desenvolvimento e atuou como consultor de várias organizações internacionais. Ele é autor de onze livros, incluindo A Globalização da Pobreza e A Nova Ordem Mundial (2003), a "Guerra ao Terrorismo" da América (2005), A Crise Econômica Global, A Grande Depressão do Século XXI (2009) (Editor) ), Em direção a um cenário da Terceira Guerra Mundial: Os perigos da guerra nuclear (2011), A globalização da guerra, A longa guerra da América contra a humanidade (2015). Ele é colaborador da Encyclopaedia Britannica. Seus escritos foram publicados em mais de vinte idiomas. Em 2014, recebeu a Medalha de Ouro pelo Mérito da República da Sérvia por seus escritos sobre a guerra de agressão da OTAN contra a Iugoslávia. Ele pode ser contatado em crgeditor@yahoo.com